segunda-feira, 4 de novembro de 2013

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Eu já estou dentro!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

“When you are seventeen, you are not very serious”

          Yes. But we are NOT seventeen anymore, Rimbaud.

          Apresentei meu primeiro seminário (sério) na faculdade. Eu e meu grupo nos preparamos por muito tempo, estudamos, lemos, ensaiamos... Eu cheguei a ficar 4 horas na biblioteca da Faculdade, fazendo meus slides. Aconteceu um imprevisto, que foi ignorado e eventualmente resolvido, e o trabalho ficou - depois de muito sacrifício - impecável. Merecemos 100, meu grupo e eu. Depois, a prova escrita. Ainda estou batalhando por um mundo onde tenhamos mais tempo para fazer a prova de Linguística. Só isso: mais tempo. Quero só ver quando Fonética começar...
          Daí eu assisti o filme "Eclipse de uma paixão" (o Leo DiCaprio novinho e magrinho) e me senti tão terrível. O poema "Roman" do Rimbaud pipocou na minha mente o filme inteiro, e eu odiei aquele poeta estúpido e inconsequente. Mas eu o odiei por ter sido tão incrível. Pura invejinha minha. O cara começa a escrever desde cedo, foge com outro cara - casado, e bem mais velho -, inferniza a vida de todo mundo, viaja pra todos os lados, grita, chora e é prepotente, provoca a prisão de uma pessoa, e então, para de escrever. Simples assim. Qual é o problema? Poxa, ele desistiu. Mas ele tinha tanto fogo, y'know? Sua vontade de MUDAR o mundo, de fazer a DIFERENÇA te contagia e te deixa empolgada pra também fazer algo, e daí ele para, se resigna, se muda pra África e morre.
          Nunca me senti tão inútil depois de um filme.
          Eu nunca tive a prepotência de escrever pra mudar alguma coisa. Nunca tive paciência para os prepotentes (e é por isso que eu prefiro Steve Rogers à Tony Stark). Nunca achei que fosse possível fazer a diferença sozinha... O que é um pouco triste, eu acho. Não é falta de confiança, não: É falta de ambição. Ambicionar publicar um livro, ambicionar que ele seja traduzido para várias línguas, ambicionar que pessoas o leiam e aprovem, isso eu já fiz. Isso eu tenho. Porém, imaginar que a minha escrita mudaria algo na vida de alguém (além da minha própria) é uma ambição que não me cabe. Seria incrível, eu acho, conseguir pensar assim. Conseguir querer tanto quanto o Rimbaud influenciar as vidas dos meus próximos. E é por isso que eu o odiei. Ele conseguia o que eu nunca consegui, e ele simplesmente desistiu. Chegou num ponto em que ficou muito p* da vida com o mundo e mandou tudo a merda. Como é que pode?


          Mandar tudo a merda é um dom, sabe? Falo sério. É um dom que eu não tenho. Às vezes eu me sobrecarrego, faço mais do que é necessário, não durmo nem como, estudo e fico nervosa, tomo café mesmo sabendo que meus dedos vão ficar trêmulos por causa da cafeína, e me importo. Eu não consigo ignorar, não consigo deixar pra lá, não consigo não fazer (provou-se no meu Seminário de Linguística e nas 4 horas na Biblioteca), e não consigo entender quem tem esse dom. Meu perfeccionismo me deixa irritada e cansada, e eu tenho vontade de deixar passar, mas não dá. O peso do mundo nas minhas costas, e eu ainda vou lá corrigir a diferença de fontes num slide pro outro.
          Eu quero ter o fogo do Arthur Rimbaud, mas não quero apagar. Não quero mandar tudo a merda e desistir, mesmo que isso custe algumas noites de sono. Eu quero ambicionar mais, quero atingir objetivos que atualmente eu não consigo nem sonhar. Quero querer mudar a mente das pessoas. Quero querer.

          To na faculdade, sabe. Mesmo que no comecinho, a gente sente a diferença... 17 anos, 18 anos, que seja, I'm very serious. Desculpa Rimbaud, mas vai se ferrar.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

As árvores de agora: Adulthood issues

Eu to sentindo falta de escrever. De parar de fazer qualquer coisa, abrir o Word e continuar uma história já há meio caminho andado. Já fiz muito isso na vida, mas nunca percebi o quanto eu gostava. Agora que o problema é começar, toda aquela inspiração parece muito longínqua. Nunca achei que fosse precisar escrever esse tipo de coisa. Eu não escrevo mais diário, porque achei que já estava grandinha demais pra isso. Agora eu me perco nas minhas memórias (sem tê-las anotado em lugar nenhum, sem saber quando tal coisa aconteceu), e escrevo meus problemas pra postar na internet. Não considero isso um amadurecimento. Pelo menos o diário era particular... Mas tudo bem, it’s not a big deal.
                Ultimamente, estou lendo muito, ouvindo muito Los Hermanos e pintando as unhas cada vez menos. Ultimamente, tenho desejado me casar logo, morar com a pessoa que eu amo e partir pra vida logo de uma vez. Ultimamente, tenho me pegado pensando muito no sistema que é a língua e agradecendo menos a Deus por estar viva. Ou pelas árvores. Ultimamente, tenho me decepcionado muito comigo mesma. Eu costumava agradecer pelas árvores. E pela lua e pelas nuvens. O que ta acontecendo agora?


                Não sei se para amadurecer é estritamente necessário deixar algumas coisas pra trás. Eu gosto mais de acreditar que é um processo acumulativo, em que nada é inútil ou descartável. O meu objeto de estudo é a minha vida como um todo, e tudo importa. Não preciso do Paradigma Científico Clássico aqui, não quero separabilidade, não quero a prepotência de descartar algo que julgo não ser relevante. Meu eu é relevante, se não para você, para mim. E esquecer, mudar, apesar de fazer parte do processo do amadurecimento, ainda é triste.
                Minha vida inteira eu buscava maturidade. Já no começo da adolescência, me considerei madura. Apesar de sempre clamar ser apenas uma criança, no fundo, eu me achava sinceramente madura. (Em comparação ao restante das pessoas da minha idade com quem eu convivia). Mas agora encarando ela na cara, sabendo das lembranças boas às costas, não sei não se quero tanto assim amadurecer. Ter que escolher uma assinatura oficial pra assinar no cartão de crédito, ter uma chave de casa, ter que lembrar sozinha de levar o guarda-chuva... É complicado. A percepção da adulthood caindo nos ombros com peso de chumbo, leva a gente pra baixo um pouco. O que eu tanto queria, agora me apavora um bocado.
                Talvez seja só essa fase de transição que é (mais) difícil. Estranhamente, eu não temo a ideia do casamento, maternidade ou trabalho fixo – tais situações ainda são uma realidade distante, de certa forma. O que me tortura é esse mudar, é esse “ficar diferente” que as pequenas coisas evidenciam. Porque há 6 meses, eu nunca levantaria do meu sofá pra ir estudar na biblioteca. Também nem levantaria da cama pra ir pra escola se estivesse chovendo. Hoje em dia, eu pego meu guarda-chuva e coloco bota. E quando eu vou visitar a mamis, ela diz “Como você ta diferente! Ta falando diferente, uns assuntos diferentes...” Diferente, diferente, diferente, DIFERENTE.

                Já percebeu como, quando você repete muito uma palavra, ela se torna super esquisita?                                                                                                                      ...Diferente!

sábado, 4 de maio de 2013

Difícil (porque essa palavra se repete muitas vezes)


    É tão difícil encontrar um enredo bom. Um professor meu falou sobre o "Mito da Originalidade". Nada do que você escreve é original. Tudo já existe no mundo, tudo já foi dito, tudo já foi pensado. O que muda é o contexto no qual você se insere. A sociedade, o período histórico, a ideologia em vigor - isso influencia o modo como você diz. Mas não se engane! Tudo o que você diz ou pensa em dizer, já foi dito. Sim! Você, adolescente tapado que acha que o mundo gira ao redor do seu umbigo. Você não pode nem pensar por si só. Porque existe um padrão do qual você não pode fugir. O padrão, no seu caso, é o da adolescência. O discurso repetitivo e irritante de um guri de 15 anos, se repete a milhas e milhas dali. Nada é original.
    E por isso é TÃO DIFÍCIL encontrar um enredo bom. Como fugir do plágio? Como criar algo a partir da sua própria imaginação, quando sua imaginação só existe em influência de outras coisas no mundo? Mano. É complicado. (Ou melhor, mano, é impossível!)
   Às vezes eu leio livros tão bons, que tenho que levantar os olhos das páginas, encarar o vazio e xingar a vida. Porque são tão fodas e eu me pergunto como eu não pensei naquilo antes. Agora já existe. E mesmo se eu tivesse pensado - e escrito, e publicado - ainda existiria aquele livro, fora do meu conhecimento, com as mesmas ideias (que eu julgava serem só) minhas.
   Eu sempre tive esse sonho, certo? Em que eu escrevia um livro (no Brasil, gente) e ele fazia sucesso porque era bom. Um livro bom, que chamasse atenção, que fosse traduzido em outras línguas, que melhorasse um pouquinho a reputação da literatura brasileira nas escolas de Ensino Médio. Porém, ter boas ideias é muito difícil. E dar o primeiro passo também é difícil. Principalmente fazendo Letras - você vive em contato com escritores tão incríveis, com tanta gente mais esforçada que você... Que desanima. Escrever não é mais tão natural. Agora você presta atenção na pontuação e na coerência. E às vezes ignora as regras de propósito (Porque eu vi ela, e não a vi). E todos os enredos que passam por sua cabeça parecem tão sem graça! Você passa um tempo pensando nisso e aí desiste, porque não consegue pensar em um clímax pra história - sem lembrar que é só começar, que a história flui.
    Começar é difícil. Todos os começos são awkward, feel weird, demonstram que você está desacostumado. Eu to desacostumada. O mandriice está aqui pra provar isso. Minha mente com uma ideia aqui e ali sem desenvolvimento prova isso. Eu não sei nem como terminar um texto, por Deus.

    Man, I wish I had good ideas.

Please like me!

    Há muito tempo, escrever costumava ser um hábito para mim. Escrevia todos os dias, sem restrição, presa no meu próprio mundo de histórias sem um enredo profundo. Então, decidi que ganhar dinheiro não era tão importante assim e mergulhei de cabeça na faculdade de Letras. Talvez ensinar guris de Ensino Médio a apreciar poesia não seja a coisa mais valorizada nesse mundo (nem a mais fácil), mas ler e escrever era uma obsessão tão grande na minha vida... Parecia inadequado, um absurdo, não ingressar no curso de Letras.
    Tudo bem, 2013, cidade nova, faculdade, 1º bimestre, prova de Linguística, análise de João Cabral de Melo Neto... E quando a minha professora falou pra gente não ter medo de largar o curso se não estiver gostando, tive a certeza de querer fazer isso o resto da vida. Porém... Existem dias. Existem dias! Ah, meu Deus. Dias em que você só quer jogar tudo pro alto, não quer estudar, que se foda a prova de Latim segunda-feira. E você achava Latim tão fascinante no começo!
   Latim ainda é fascinante, você sabe disso, mas hoje não. Hoje é um daqueles dias em que nada é bom, nenhuma companhia é aceitável, toda risada é irritante, nenhum seriado é bom o suficiente pra distrair. A internet é muito lerda. Tudo é uma merda. E ainda tem aquela amiga boa demais que não te deixa em paz. "Ta tudo bem? Por que ta tão quietinha? Fala comigo. Desabafa."
   Eu odeio desabafar. Desabafar é para os fracos. (Eu criei um blogspot, calado). Minha professora nos deu a dica de criar um blog. De estar sempre escrevendo, não interessa o que, não interessa se é bom ou ruim, se é poesia ou chit chat. "Escrevam", ela disse. Toda hippie, sem sutiã, usando tomara que caia. "Escrever é prática, galera. Vocês estão num curso de Letras. Vão escrever!" Sem preguiça.

   Uma curiosidade sobre o nome do blog: Mandriice significa Preguiça. (Na nossa belíssima língua portuguesa mesmo).

   Ta foda. Ficar longe da família é difícil (não tão difícil). É complicado em dias como esse. Mas, no geral, é bom. Porque você faz o que quiser, na hora que quiser. Não precisa lavar uma louça gigantesca, em que você só sujou um prato e dois talheres. E quando você volta pra casa, no feriado de 4 dias, só pra visitar, no segundo dia você já quer voltar. É um saco, tem muita gente, todo mundo fala alto, só sabem reclamar de dinheiro. Porém, em dias como esse, é tudo o que você mais deseja. Abraçada com a mãe, ouvir ela reclamar sobre dinheiro. Fechar os olhos e abraçar a mãe, porque um ponto negativo de mudar de cidade, é não poder abraçar pra fechar os olhos.
   Existem diversos tipos de abraços, sabe? Numa cidade nova, você abraça os novos colegas, rapidinho ou apertado, não importa, tudo é novo. Tudo tem cheiro estranho ainda. (Estranho no sentido de fora do seu comum). E você só fecha os olhos quando o abraço inspira confiança. Você fecha os olhos abraçando sua mãe, porque já conhece o cheiro e os braços dela, e a voz e o toque. Não dá pra fechar os olhos abraçando os novos colegas. Não tem intimidade ainda... E faz falta. Intimidade, eu digo.

   Enfim. Tenho que estudar. Tenho que ler um milhão de textos, preparar um seminário e estudar pra bendita prova de Latim segunda-feira. Mas é sábado a noite, e eu fiquei em casa assistindo "Please like me" - depois de muito tempo procurando os episódios na internet (e só achei sem legendas), o episódio mais recente travou - a última coisa que eu quero é estudar.
   Quero ouvir Los Hermanos. Tomar um vinho. E lembrar do abraço de olhos fechados da mamãe.